Será mesmo que você tem ovários policísticos?

Ovários policísticos: será que você tem mesmo?

Quando o ultrassom mostra cistos nos ovários não significa que você tenha, necessariamente, problemas nos ovários. Muito menos a Síndrome dos Ovários Policísticos. Entenda melhor para não se desesperar.

“Tenho cisto nos ovários”, “tenho ovários policísticos” ou, ainda, “tomo pílula por causa do cisto” são frases recorrentes no consultório, vindas de pacientes que ainda não passaram em consulta comigo.

Pois bem, meninas, este artigo é para eu contar uma coisa para vocês: ter cisto nos ovários faz parte da vida da mulher! É algo perfeitamente normal, que não causa qualquer incômodo e que portanto não deve ser motivo de sofrimento. Vou explicar!

Primeiro, vamos entender o que são os ovários

Os ovários são órgãos fundamentais para o dia a dia de uma mulher, responsáveis por produzir hormônios que vão nortear suas funções femininas e guardar os ovinhos – os óvulos – para possibilitar uma gestação. A mulher já nasce com a quantidade de óvulos definida para a vida toda e, na puberdade, conta com um número entre 300 e 500 mil deles.

A cada mês o organismo escolhe um desses ovos para crescer e sair do ovário, na tentativa de encontrar o espermatozóide e gerar uma nova vida. Esse processo leva todo um ciclo e, quando não ocorre a fecundação, a mulher menstrua.

Por que estou contando tudo isso? Porque quando você faz um ultrassom esse óvulo que cresce, na imagem do exame, pode parecer um cisto. Mas é um cisto? Não, é um óvulo.

De repente, você começa a achar que tem ovários policísticos

Na imagem que aparece na tela de quem faz o exame o observado parece uma bolinha com água dentro ou cisto simples – completamente benigno e que vai desaparecer em alguns dias. O problema? Algo tão inocente acaba virando um pesadelo quando vocês não são corretamente informadas, correm para a internet para descobrir o significado do resultado e pronto, passam a acreditar que têm cistos ou algum problema mais sério nos ovários.

O susto é ainda maior quando uma paciente jovem vai fazer esse exame e, exatamente por ser jovem, tem muitos ovinhos nos ovários. Consequentemente, muitos cistos pequenos (também benignos). É o que chamamos de ovário micropolicístico. Mas ainda bem que eles estão lá, certo? Afinal, serão eles que ajudarão a mulher a engravidar (caso essa seja a vontade dela, claro).

Não confunda cistos normais com a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

É fundamental que a gente faça uma importante diferenciação entre ter ovários policísticos e ter a Síndrome dos Ovários Policísticos, a chamada SOP. A SOP é uma alteração hormonal caracterizada pelo excesso de hormônios androgênicos (masculinos, por isso algumas pacientes apresentam excesso de pelos), pelos distúrbios menstruais (menstruação com intervalos maiores) e pelo aspecto policístico dos ovários no ultrassom.

A Síndrome dos Ovários Policísticos traz consequências para o corpo e para a saúde da mulher tais como obesidade, alterações nos índices de colesterol, pressão alta e maior propensão ao diabetes. Ainda assim, o problema da síndrome não são os cistos em si e sim um desequilíbrio hormonal. A SOP também atrapalha a fertilidade porque não permite a ovulação mensal como deveria acontecer.

Mas e se for um cisto fora do normal?

Claro que vez ou outra pode aparecer um cisto com características benignas, porém muito grande, que dificilmente desaparecerá sozinho. E pode ser também que apareça um cisto com características malignas. Mas este diagnóstico, acredite, não será definido a partir de um exame de imagem.

O que fazer a partir de uma suspeita em relação a um cisto, a conduta tomada, será indicada por um especialista pois cada cisto pede uma abordagem diferente.

Por fim, há ainda a chance de ultrassom dos ovários mostrar um nódulo. Esse nódulo pode também ser definido como um “carocinho” e possui características bem diferentes dos cistos. No entanto, assim como os cistos, podem igualmente ser benignos ou malignos.

Resumindo? Não se desespere com esse resultado (cisto ou nódulo). Espere e converse com seu ginecologista, que te ajudará a entender o exame e apontará um norte para ações futuras.

Um beijo,
Dr. Rodrigo

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