Tudo sobre miomas uterinos

7 respostas que explicam o miomas uterinos

Entenda o que são os miomas, seus sintomas, fatores de risco, diagnóstico, possíveis tratamentos e impacto na fertilidade.

Os miomas uterinos, também conhecidos como leiomiomas ou fibromas, são uma condição comum que afeta muitas mulheres em idade reprodutiva. Estes tumores não cancerígenos se desenvolvem no útero e podem variar em tamanho, número e localização, levando a uma variedade de sintomas que vão desde sangramento menstrual intenso até dor pélvica e pressão abdominal.

Neste artigo, estão sete respostas que explicam o que são os miomas, seus sintomas, fatores de risco, diagnóstico, possíveis tratamentos e impacto na fertilidade. A partir dessas explicações, espero que você possa ter uma ideia abrangente desta condição relativamente comum entre mulheres.

O que são miomas uterinos e como eles se formam?

Os miomas uterinos, também conhecidos como leiomiomas ou fibromas, são crescimentos não cancerígenos que se desenvolvem no útero, geralmente durante os anos reprodutivos de uma mulher. Eles podem variar em tamanho, desde pequenos nódulos até grandes massas que podem distorcer a forma do útero. Compostos principalmente de tecido muscular liso e tecido conjuntivo fibroso, não têm sua causa ainda totalmente compreendida. Mas, sabemos que se desenvolvem a partir de uma multiplicação descontrolada das células musculares do útero. Ainda, fatores genéticos, hormonais e ambientais podem desempenhar um papel no seu desenvolvimento.

Quais são os sintomas dos miomas uterinos?

Os sintomas podem variar dependendo do tamanho, número e localização dos miomas. Os sintomas mais comuns incluem:

  • períodos menstruais intensos e prolongados (menorragia);
  • dor pélvica ou abdominal (cólica);
  • pressão na bexiga ou no reto;
  • dor durante a relação sexual;
  • aumento da necessidade de urinar;
  • constipação;
  • infertilidade (em casos raros).

No entanto, é importante destacar que alguns miomas podem ser assintomáticos, sendo descobertos apenas durante exames de rotina.

Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de miomas?

Os fatores de risco incluem idade (especialmente em mulheres entre 30 e 40 anos), histórico familiar de miomas, raça (mulheres negras têm maior probabilidade de desenvolver miomas e tendem a desenvolvê-los em uma idade mais jovem), obesidade e níveis elevados de hormônios estrogênio e progesterona. Hoje, acredita-se que esses hormônios desempenham um papel importante no crescimento dos miomas.

Como os miomas uterinos são diagnosticados?

O diagnóstico geralmente começa com um exame físico, onde o ginecologista pode sentir um útero aumentado ou áreas de espessamento. Em seguida, exames de imagem como ultrassonografia pélvica, ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) podem ser realizados para confirmar o diagnóstico e avaliar o tamanho, número e localização dos miomas. Em alguns casos, pode ser necessária uma histeroscopia ou biópsia para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições.

Quais os tratamentos para miomas uterinos?

As opções de tratamento dependem dos sintomas, tamanho, número e localização dos miomas, bem como dos planos reprodutivos da paciente. As opções de tratamento incluem:

  • Observação vigilante para pacientes assintomáticas.
  • Medicamentos para aliviar os sintomas, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para dor e hormônios para controlar sangramento menstrual excessivo.
  • Procedimentos minimamente invasivos, como embolização das artérias uterinas (EAU) ou ablação por radiofrequência.
  • Cirurgia, incluindo miomectomia (remoção dos miomas enquanto preserva o útero) ou histerectomia (remoção do útero, geralmente reservada para casos graves ou quando a fertilidade não é uma preocupação).

Os miomas uterinos afetam a fertilidade?

Sim, os miomas uterinos podem afetar a fertilidade em algumas mulheres, dependendo de sua localização, tamanho e número. Isso porque podem interferir na capacidade do útero de se expandir durante a gravidez, o que pode levar a complicações como aborto espontâneo, parto prematuro, placenta prévia (quando a placenta cobre o colo do útero) ou apresentação anormal do feto durante o parto.

Além disso, eles podem obstruir as trompas de Falópio, interferir no transporte dos espermatozoides ou prejudicar a implantação do embrião no revestimento uterino. Ainda, em alguns casos, podem causar distorções na cavidade uterina que dificultam a gravidez.

No entanto, nem todas as mulheres com miomas uterinos experimentarão problemas de fertilidade. Inclusive, muitas podem conceber e ter uma gravidez sem complicações. Por isso, frente um diagnóstico de miomas, nada de se alarmar preocupada com sua fertilidade (caso queira filhos), pois na maioria dos casos a gestação ocorre sem complicações. A recomendação é apenas seguir com acompanhamento cuidadoso de seu ginecologista e obstetra.

Como cuidar dos miomas no longo prazo?

O prognóstico pode variar dependendo de vários fatores, incluindo o tamanho, número, localização dos miomas, gravidade dos sintomas, idade da paciente e seus planos reprodutivos. Em geral, os miomas uterinos não são cancerígenos e raramente representam uma ameaça à vida. No entanto, podem causar desconforto significativo e afetar a qualidade de vida.

Para o gerenciamento a longo prazo, existem várias opções:

Observação vigilante

Para mulheres assintomáticas ou com sintomas leves, a observação vigilante pode ser uma abordagem adequada. Isso envolve monitoramento regular dos sintomas e tamanho dos miomas por meio de exames físicos e exames de imagem.

Tratamento dos sintomas

Para pessoas com sintomas como sangramento menstrual intenso, dor pélvica ou pressão, podem ser prescritos medicamentos para aliviar os sintomas. Isso pode incluir anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para dor e hormônios para controlar o sangramento menstrual.

Procedimentos minimamente invasivos

Para pessoas com sintomas que desejam preservar a fertilidade e o útero, procedimentos minimamente invasivos, como a embolização das artérias uterinas ou a ablação por radiofrequência, podem ser considerados. Esses procedimentos visam reduzir o tamanho dos miomas e aliviar os sintomas sem a necessidade de cirurgia aberta.

Cirurgia

Em casos graves ou quando outras opções de tratamento não são eficazes, a cirurgia pode ser necessária. Isso pode incluir miomectomia (remoção dos miomas enquanto preserva o útero) ou histerectomia (remoção do útero). No entanto, a escolha entre essas opções dependerá dos objetivos da paciente em relação à fertilidade e aos sintomas. Mas, vale ressaltar, a cirurgia não é a forma padrão de tratamento.

Acompanhamento regular

Após o tratamento, é importante continuar monitorando os miomas e os sintomas com consultas médicas regulares. Ainda, em algumas mulheres, os miomas podem regredir após a menopausa devido à diminuição dos níveis hormonais.

Considerando as diversas possibilidades de tratamento, torna-se ainda mais importante que a paciente discuta todas as suas opções com seu ginecologista. Afinal, devemos considerar não apenas o mioma em si, mas as necessidades individuais, os planos reprodutivos e as preocupações com a qualidade de vida da mulher.

Tem outras perguntas sobre miomas uterinos? Deixe sua dúvida por aqui ou no meu Instagram (@dr.rodrigoferrarese).

Um beijo,
Dr. Rodrigo Ferrarese
Médico ginecologista e obstetra
CRMSP 149403
RQE 70017

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