Quais os tratamentos para miomas uterinos?
As opções de tratamento dependem dos sintomas, tamanho, número e localização dos miomas, bem como dos planos reprodutivos da paciente. As opções de tratamento incluem:
- Observação vigilante para pacientes assintomáticas.
- Medicamentos para aliviar os sintomas, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para dor e hormônios para controlar sangramento menstrual excessivo.
- Procedimentos minimamente invasivos, como embolização das artérias uterinas (EAU) ou ablação por radiofrequência.
- Cirurgia, incluindo miomectomia (remoção dos miomas enquanto preserva o útero) ou histerectomia (remoção do útero, geralmente reservada para casos graves ou quando a fertilidade não é uma preocupação).
Os miomas uterinos afetam a fertilidade?
Sim, os miomas uterinos podem afetar a fertilidade em algumas mulheres, dependendo de sua localização, tamanho e número. Isso porque podem interferir na capacidade do útero de se expandir durante a gravidez, o que pode levar a complicações como aborto espontâneo, parto prematuro, placenta prévia (quando a placenta cobre o colo do útero) ou apresentação anormal do feto durante o parto.
Além disso, eles podem obstruir as trompas de Falópio, interferir no transporte dos espermatozoides ou prejudicar a implantação do embrião no revestimento uterino. Ainda, em alguns casos, podem causar distorções na cavidade uterina que dificultam a gravidez.
No entanto, nem todas as mulheres com miomas uterinos experimentarão problemas de fertilidade. Inclusive, muitas podem conceber e ter uma gravidez sem complicações. Por isso, frente um diagnóstico de miomas, nada de se alarmar preocupada com sua fertilidade (caso queira filhos), pois na maioria dos casos a gestação ocorre sem complicações. A recomendação é apenas seguir com acompanhamento cuidadoso de seu ginecologista e obstetra.
Como cuidar dos miomas no longo prazo?
O prognóstico pode variar dependendo de vários fatores, incluindo o tamanho, número, localização dos miomas, gravidade dos sintomas, idade da paciente e seus planos reprodutivos. Em geral, os miomas uterinos não são cancerígenos e raramente representam uma ameaça à vida. No entanto, podem causar desconforto significativo e afetar a qualidade de vida.
Para o gerenciamento a longo prazo, existem várias opções:
Observação vigilante
Para mulheres assintomáticas ou com sintomas leves, a observação vigilante pode ser uma abordagem adequada. Isso envolve monitoramento regular dos sintomas e tamanho dos miomas por meio de exames físicos e exames de imagem.
Tratamento dos sintomas
Para pessoas com sintomas como sangramento menstrual intenso, dor pélvica ou pressão, podem ser prescritos medicamentos para aliviar os sintomas. Isso pode incluir anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para dor e hormônios para controlar o sangramento menstrual.
Procedimentos minimamente invasivos
Para pessoas com sintomas que desejam preservar a fertilidade e o útero, procedimentos minimamente invasivos, como a embolização das artérias uterinas ou a ablação por radiofrequência, podem ser considerados. Esses procedimentos visam reduzir o tamanho dos miomas e aliviar os sintomas sem a necessidade de cirurgia aberta.
Cirurgia
Em casos graves ou quando outras opções de tratamento não são eficazes, a cirurgia pode ser necessária. Isso pode incluir miomectomia (remoção dos miomas enquanto preserva o útero) ou histerectomia (remoção do útero). No entanto, a escolha entre essas opções dependerá dos objetivos da paciente em relação à fertilidade e aos sintomas. Mas, vale ressaltar, a cirurgia não é a forma padrão de tratamento.
Acompanhamento regular
Após o tratamento, é importante continuar monitorando os miomas e os sintomas com consultas médicas regulares. Ainda, em algumas mulheres, os miomas podem regredir após a menopausa devido à diminuição dos níveis hormonais.
Considerando as diversas possibilidades de tratamento, torna-se ainda mais importante que a paciente discuta todas as suas opções com seu ginecologista. Afinal, devemos considerar não apenas o mioma em si, mas as necessidades individuais, os planos reprodutivos e as preocupações com a qualidade de vida da mulher.
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Um beijo,
Dr. Rodrigo Ferrarese
Médico ginecologista e obstetra
CRMSP 149403
RQE 70017